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26 Abril 2024

Fundamentos

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I.1 Distribuição de Tempos de Residência (DTR)
I.2 Funções de Distribuição de Tempos de Residência
I.3 Funções de Distribuição Normalizadas

 

I.1 Distribuição de tempos de residência (DTR)

Os dois tipos de reactores ideais contínuos: reactor pistão e reactor perfeitamente agitado, apresentam dois casos extremos de escoamento. Num reactor do tipo pistão todas as moléculas permanecem no sistema o mesmo intervalo de tempo desde o instante em que aí entram até ao momento em que dele saem ou seja, todas as moléculas têm o mesmo tempo de residência ou tempo de passagem. No reactor perfeitamente agitado o tempo de residência das moléculas pode ser um qualquer no intervalo entre zero e infinito. Todavia, nos sistemas reais podem acontecer desvios a estes tipos de escoamento.

Uma das anomalias tem a ver com a ocorrência de zonas de escoamento preferencial, o que leva a que alguns elementos de fluido atravessem o sistema muito mais rapidamente que os outros, registando-se curto-circuito, Figura 1.a. Por outro lado, também pode acontecer a formação de zonas mortas ou de estagnação que está ilustrada na Figura 1.b. Do que foi dito resulta que as moléculas têm tempos de passagem diferentes do esperado. O conhecimento da distribuição de tempos de residência é uma informação que permite interpretar e prever o comportamento de sistemas contínuos reais. De salientar que em equipamentos distintos, ou mesmo muito diferentes, podem existir distribuições de tempos de residência semelhantes, e que esta distribuição caracteriza o tipo de mistura atingida no sistema.

 

Escoamento não ideal em equipamento: (a) Curto-circuito (à esquerda); (b) Zonas mortas ou de estagnação (à direita)
Figura 1. Escoamento não ideal em equipamento: (a) Curto-circuito (à esquerda); (b) Zonas mortas ou de estagnação (à direita)

 

A determinação da distribuição de tempos de residência recorre à experimentação e à introdução de um marcador que não deve alterar as propriedades físicas da mistura nem interferir com a dinâmica do escoamento. A técnica de estímulo/resposta utilizada nestes estudos, Figura 2, pode recorrer a diferentes tipos de estímulos sendo mais comuns as perturbações em degrau e em impulso. O marcador é introduzido no reactor no instante t=0 e a análise da composição da corrente de saída permite conhecer a concentração do marcador no efluente ao longo do tempo.

 

Aplicação da técnica estímulo/resposta para conhecer a distribuição de tempos de residência.
Figura 2. Aplicação da técnica estímulo/resposta para conhecer a distribuição de tempos de residência.

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I.2 Funções de distribuição de tempos de residência

Neste capítulo vamos considerar que o marcador entra no sistema uma só vez e sai também de uma só vez ou seja, não há turbilhões ou difusão junto da entrada e da saída que levem o marcador a entrar/sair e voltar a sair/entrar. Assim, num sistema atravessado por um caudal constante, a partir do registo da concentração de marcador no efluente, Cs(t), calcula-se a função E(t) - função densidade (de probabilidade) de tempos de residência:

 Formula (1)

O integral no denominador da Eq. 1 representa a área abaixo da curva Cs(t), sendo directamente proporcional à quantidade de marcador introduzida.

De acordo com a definição de E(t), a fracção de marcador que permaneceu no sistema no intervalo de tempo t2-t1 é dada porFormula, e no intervalo t=0 a t=∞ todo o marcador sai do sistema, logo:

 

 Formula (2)

Para além de ser útil conhecer a probabilidade de um tempo de residência estar compreendido num dado intervalo de tempo, pode ser igualmente importante conhecer a probabilidade de o tempo de residência ser inferior a um dado valor. A função F(t) - função de distribuição de tempos de residência, também conhecida como curva F de Danckwerts, permite obter essa informação, sendo calculada através do integral cumulativo de E(t):

 

 Formula (3)

Diferenciando a função F(t) obtém-se:

 Formula (4)

o que explica como a função F(t)  pode ser obtida de modo gráfico a partir de E(t) como a Figura 3 ilustra.

 

Relação entre as curvas E(t) e F(t).
Figura 3. Relação entre as curvas E(t) e F(t).

 

No estudo da distribuição de tempos de residência o tempo de residência médio, tres, é um parâmetro importante, uma vez que corresponde ao tempo médio que as moléculas que deixam o sistema aí permaneceram. Este pode ser calculado a partir do momento de primeira ordem da função E(t)

 

 Formula (5)

estando o seu significado ilustrado na Figura 4.

 

Tempo de residência médio.
Figura 4. Tempo de residência médio.

 

Para qualquer sistema contínuo o tempo de passagem no sistema, τ, depende do volume do sistema, V, e do caudal volumétrico que o atravessa, Qv:

 

 Formula (6)

 A comparação do tempo de residência médio, tres, com o tempo de passagem no sistema, τ, permite verificar se o escoamento é ideal (quando τ=tres), ou identificar o tipo de desvio ao escoamento ideal. Se τ<tres há predominância de curto-circuito, se τ>tres acontece a formação de zonas mortas.

Conhecido o tempo de residência médio, tres, é possível definir momentos em torno da média. A variância da distribuição, σ2, permite conhecer a dispersão da distribuição em torno do seu valor médio:

 

 Formula (7)
 

I.3 Funções de distribuição normalizadas

As funções de distribuição de tempos de residência são frequentemente apresentadas na sua forma normalizada. Para a sua normalização utiliza-se o tempo médio de residência ou o tempo de passagem, Eqs. 5 ou 6, definindo o tempo de residência adimensional, θ:

Formula    ou    Formula

A função densidade de tempos de residência adimensional, E(θ) vem

 Formula (8)

e, uma vez que as probabilidades não se alteram

 Formula (9)

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