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27 Abril 2024

Modelos Usados na Simulação Interactiva

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1 – Isotérmicas de equilíbrio de adsorção
2 – Modelos cinéticos
2.1 – Difusão externa
2.2 – Modelo de difusão nos poros e difusão no filme
2.3 – Adsorção em adsorvedores do tipo contínuo (CSTR) e descontínuo (batch)
2.3.1 – Modelos de difusão com resistência à transferência de massa apenas no filme
2.3.2 – Modelos de difusão com resistência à transferência de massa nas partículas
2.4 – Adsorção em leito fixo

 

1 – Isotérmicas de equilíbrio de adsorção

Algumas isotérmicas mais comuns usadas em sistemas líquido-sólido são representadas pelos seguintes modelos: Langmuir, Freundlich, Toth e Nitta. As hipóteses subjacentes à derivação do modelo de Langmuir são as seguintes: i) as superfícies do adsorventes são homogéneas, todos os sítios activos têm igual afinidade pelo soluto e não ocorrem interacções entre as moléculas adsorvidas; ii) forma-se uma camada unimolecular de moléculas do soluto e a adsorção é um fenómeno reversível. A isotérmica de Langmuir é representada pela equação,

Formula(1)

onde,

q = quantidade de soluto adsorvido por unidade de massa de adsorvente (mg.g-1);
C = concentração no equilíbrio do soluto em solução (mg.L-1);
qmax = parâmetro que representa a capacidade de adsorção na monocamada (mg.g-1);
KL = parâmetro relacionado com a energia de adsorção e dependente da temperatura (L.mg-1):

A isotérmica de Freundlich é uma relação empírica adequada para descrever a adsorção em superfícies heterogéneas e apresenta-se na seguinte forma,

Formula(2)

em que KF e n são constantes. O valor de n reflecte o grau de heterogeneidade da superfície (n > 1 quando a isotérmica é favorável e n < 1 no caso de isotérmica desfavorável). A equação (2) assume que a quantidade adsorvida tende para infinito, correspondendo à formação de multicamadas de moléculas adsorvidas.

A isotérmica de Freundlich tem a desvantagem de ajustar bem os dados experimentais apenas numa faixa de concentrações moderadas do soluto. A isotérmica de Toth pode ser uma alternativa para obter uma melhor concordância com os pontos experimentais em todo intervalo de variação da concentração. O modelo de Toth é expresso pela equação,

Formula(3)

sendo qmax a capacidade de adsorção, b um parâmetro relacionado com a afinidade para com o adsorvente e n um parâmetro que tem a ver com o grau de heterogeneidade da superfície.

A isotérmica de Nitta considera que uma molécula pode ocupar múltiplos sítios numa superfície homogénea e é definida pela equação,

Formula(4)

em que θ = q/qmax, K e n são constantes.

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2 – Modelos cinéticos

Como já foi referido na secção dos fundamentos, os modelos cinéticos incorporam equações para descrever o processo em regime transiente governado pelas resistências à transferência de massa: resistência no filme (difusão externa) e resistência à difusão na estrutura de poros do adsorvente (difusão interna). Dependendo das características do sistema em estudo, uma destas resistências pode ser dominante, ou então, pode ser necessário considerar a combinação de ambas.

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2.1 – Difusão externa

Quando a resistência à transferência de massa está confinada num filme em redor das partículas, de espessura suficientemente pequena para admitir o perfil linear (Figura 1), então o transporte do soluto através do adsorvente vem descrito pela equação,

Formula(5)

 em que ap (para partículas esféricas ap =3/R, sendo R o raio da partícula) é a área interfacial específica e kf é o coeficiente de transferência de massa. As concentrações na interface q e c* estão em equilíbrio. Algumas correlações para estimar o coeficiente de transferência de massa são mostradas na Tabela 1.

Perfil de concentração no filme de espessura δ
Figura 1 – Perfil de concentração no filme de espessura δ.

Tabela 1 – Correlações para estimar kf em sistemas líquido-sólido 

Autor Correlação
Carberry, AIChE J., 6, 460 (1960) JD=1.15ε-3/2 (1-ε)-1/2 Re'-1/2
10<Re'<100 
Kataoka e tal., J. Chem. Eng. Japan, 5, 132 (1972) JD=1.85ε-4/3 (1-ε)-1/3 Re'-2/3
Re'<100
Wakao e Funazkri, Chem. Eng. Sci.,33, 1375 (1978) Sh=2.0+1.1Sc1/3 Reo0.6
JD (factor de Chilton-Colburn) = Sh/(Reo Sc1/3) Sh(número de Sherwood)=kf dp/Dm
Sc (número de Schmidt) = ν/Dm Reo = ρ u ε dp/μ Re’ = Reo /(1 – ε)
Dm = difusividade molecular dp = diâmetro da partícula u = velocidade superficial
ρ = massa especifica ε = porosidade μ = viscosidade dinâmica ν = viscosidade cinemática

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2.2 – Modelo de difusão nos poros e difusão no filme

O modelo de difusão nos poros admite os seguintes pressupostos: i) partículas esféricas, ii) difusão na direcção radial apenas no fluido contido nos macroporos e iii) equilíbrio instantâneo local entre a concentração adsorvida q e a concentração do soluto nos macroporos Cp. A equação que representa este modelo pode escrever-se assim,

Formula(6)

onde Dpef é o coeficiente de difusão efectivo, r é a coordenada radial, t é a variável tempo e εp a porosidade intraparticular. O coeficiente de difusão efectivo Dpef = Dm εpp, em que Dm é o coeficiente de difusão molecular e τp o factor de tortuosidade que normalmente varia entre 2 e 6. A difusividade molecular a diluição infinita pode ser calculada pela correlação de Wilke-Chang,

Formula(7)

sendo M a massa molar do solvente (g.mol-1), T a temperatura (K), Vm o volume molar (cm3.mol-1) e μ a viscosidade da solução (cp). Dm vem expresso em cm2.s-1.

A difusão no filme é obtida agora através da equação,

Formula(8)

A concentração média do soluto adsorvido vem dado pela equação,

Formula(9)

Combinando as equações (6) e (9) obtém-se,

Formula(10)

As condições inicial e aos limites necessárias à integração da equação (6) são:

- Condição inicial

Formula(11)

- Condições aos limites

Formula(12)
Formula(13)

A equação (6) e as condições (11) – (13) devem ser resolvidas simultaneamente com a equação de balanço material ao equipamento utilizado para levar a cabo o processo de adsorção. Geralmente consideram-se 3 tipos de adsorvedores: i) descontínuo fechado (batch), ii) contínuo perfeitamente agitado (CSTR – “continuous stirred-tank reactor”) e iii) de leito fixo, leito móvel ou leito fluidizado. A Figura 2 ilustra os perfis de concentração que se desenvolvem no filme e no interior dos macroporos do adsorvente, bem como os termos correspondentes às condições aos limites.

Perfis de concentração no filme e nos macroporos do adsorvente; Jr é o fluxo difusional na direcção radial descrito pela Lei de Fick
Figura 2 – Perfis de concentração no filme e nos macroporos do adsorvente; Jr é o fluxo difusional na direcção radial descrito pela Lei de Fick.

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2.3 – Adsorção em adsorvedores do tipo contínuo (CSTR) e descontínuo (batch)


2.3.1 – Modelos de difusão com resistência à transferência de massa apenas no filme

Os balanços materiais aos adsorvedores são estabelecidos pelas equações,

Representação esquemática do adsorvedor do tipo CSTR
Figura 3 – Representação esquemática do adsorvedor do tipo CSTR.

 

Formula(14)

em que Q é o caudal volumétrico, V é o volume total do adsorvedor e ε é a porosidade interparticular.

Representação esquemática do adsorvedor do tipo batch
Figura 4 – Representação esquemática do adsorvedor do tipo batch.

 

Formula(15)

Apresentam-se de seguida todas as equações normalizadas necessárias para estudar a cinética do processo de adsorção em adsorvedores do tipo “CSTR” e “batch”.

CSTR

Balanço mássico ao adsorvedor Formula    (16)

Difusão externa

Formula                (17)
BATCH

Balanço mássico ao adsorvedor
Formula                      (20)

Difusão externa
Formula                  (21)
Relação de equilíbrio
Formula                                                                                        (18)
Condição inicial
Formula                  (19)

Variáveis normalizadas:
Y = q/qE X = C/CE X* = C*/CE
θ= t/τ em que τ (tempo de residência) = εV/Q

Parâmetros:
Nf (número de unidades de transferência no filme) Formula

ξ (parâmetro de capacidade)  Formula
Condição inicial
Formula              (22)

Variáveis normalizadas:
Y = q/qo X = C/Co X* = C*/Co
θ = t/τf em que τf é a constante de tempo no filme = Formula

Parâmetros:
ξ (parâmetro de capacidade)  Formula

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2.3.2 – Modelos de difusão com resistência à transferência de massa nas partículas

Admitindo que a resistência intraparticular (difusão interna) é o mecanismo dominante no transporte do soluto, as equações do modelo de difusão nos poros e as equações de balanço mássico aos adsorvedores podem ser escritas na forma normalizada conforme se apresenta a seguir.


Balanço de massa nas partículas
Formula(23)
Formula é calculado a partir da relação de equilíbrio

Condições aos limites
Formula(24)

 

Batch:

Formula(25)

CSTR:
Formula(26)

Condições iniciais
Batch:
Formula(27)
CSTR:
Formula(28)
CSTR

Variáveis normalizadas:
X = C/CE Xp = Cp/ CE u* = (r/R)2 θ = t/τ em que τ (tempo de residência) = εV/Q

Parâmetros:
ξ(parâmetro de capacidade) = Formula
Formula
(constante de tempo de difusão nos poros)
BATCH

Variáveis normalizadas:
X = C/Co    Xp = Cp/ Co??????????θ = t/τp

Parâmetro:
ξ (parâmetro de capacidade) =  Formula

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2.4 – Adsorção em leito fixo

A metodologia usada no tratamento matemático do processo de adsorção em leito fixo envolve as seguintes equações:
a) Equações de balanço mássico à coluna;
b) Relação de equilíbrio aplicável à interface sólido-fluido;
c) Modelos cinéticos para a difusão externa e difusão interna;
d) Condições inicial e aos limites do problema.

Um balanço mássico através de uma secção elementar de uma coluna de leito fixo, como a que se ilustra na Figura 5, conduz à seguinte equação,

Formula(29)

Onde,

C = concentração do soluto na fase fluida interparticular (kmol.m-3 de solução)
Dax = coeficiente de dispersão axial (m2.s-1)
q1 = εpCp + q = concentração média do soluto no adsorvente (kmol.m-3 de adsorvente)
t = coordenada temporal (s)
ui = velocidade intersticial (m.s-1)
z = coordenada axial (m)

Balanço de massa ao soluto num leito fixo
Figura 5 – Balanço de massa ao soluto num leito fixo.

As equações escritas na forma normalizada necessárias para descrever a saturação monocomponente de um adsorvente numa coluna de leito fixo são apresentadas a seguir

Balanço de massa à coluna

Formula(30)

Balanço de massa nas partículas

Formula(31)

Formula é calculado a partir da relação de equilíbrio.

Condições aos limites

Coluna

Formula(32)

Formula(33)

Partícula

Formula (condição de simetria)
(34)

Formula(35)

Condições iniciais

Formula(36)

Formula(37)

Variáveis normalizadas: u* = r/R    z* =z/L    θST = τ?/[τ(1+ζ)]

Parâmetros:

Pe(número de Peclet)=Formula

ND (número de unidades dedifusão nos poros)=Formula

Nf (número de unidades dedifusão no filme)=Formula

ζ (parâmetro de capacidade)=Formula

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